ESPECIALISTA EM VACINAS ALERTA SOBRE COQUELUCHE

04 de Abril de 2014

A coqueluche, mais conhecida como “tosse comprida”, é uma doença bacteriana que dura um mês ou mais. Os sintomas podem ser similares aos da gripe, porém existem casos onde a tosse é seca e podem proporcionar falta de ar, vômitos e hemorragia subconjuntival devido a forte pressão. Durante muitos anos a coqueluche permaneceu com baixos níveis de incidência. De acordo com a especialista em vacinas e diretora da clínica de vacinas da AMO, doutora Eliane Milhorim, essa bactéria está voltando a se manifestar em Uberaba e em todo o país.


O recém-nascido recebe um total de três doses para começar a desenvolver imunidade, aos dois, quatro e seis meses de vida. “Quando criança o reforço é feito com a vacina tríplice- bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) dos quatro aos seis anos. Já na adolescência, faz-se um reforço nos postos de saúde a cada 10 anos, porém somente contra difteria e tétano, abrindo espaço para a bactéria da coqueluche”, explica a especialista.


A bactéria fica alojada na orofaringe do portador, e se não tratado pode se tornar um transmissor em potencial, principalmente para as gestantes e bebês aos quais tem contato. A doença pode ser desperta em qualquer idade, porém deve-se ficar atento, em especial aos bebês, onde os resultados podem ser fatais. “A solução é o reforço para os adultos, a cada dez anos a aplicação da vacina tríplice-bacteriana e, principalmente na gestante”, indica a dra. Eliane.


A vacinação contra coqueluche em gestantes está sendo indicada pelos obstetras. A recomendação é devido à capacidade de o feto iniciar a produção de anticorpos ainda na barriga. Aquelas que tomam a vacina após o parto ainda contribuem com esse efeito através da amamentação. O grande problema enfrentado pelas gestantes mais carentes é a indisponibilidade da vacina na rede pública. “O governo estava com a proposta de aplicar a vacina nas gestantes no ano passado, em 2013, e nada aconteceu. Era para dar esse ano e até agora nada”, declara a especialista.


A maior parte das transmissões da coqueluche ocorre pela mãe, entretanto podem ocorrer a contaminação através do pai, dos avós, babá ou qualquer outra pessoa que não estiver imune. Ainda de acordo com a diretora da clínica de vacinação da AMO, dra. Eliane, houve um aumento considerável em relação aos anos de 2012 e 2013. “A Organização Mundial da Saúde lançou uma campanha chamada “cocoon” (casulo) que é voltado para a prevenção do recém-nascido. A intensão é que se protejam os pais para que o bebê não seja contaminado. O foco é a coqueluche, mas existem várias outras doenças que podem ser preveni das através da vacinação. É uma preocupação mundial”, conclui.


Por: Gabriela Gonçalves