A próstata é uma glândula abaixo da bexiga e é responsável pela produção de 70% dos espermatozoides
O câncer de próstata é o segundo mais recorrente em homens, ficando atrás somente do câncer de pele, primeiro entre homens e mulheres. Os exames que detectam o câncer é o toque retal, a partir do urologista, e o PSA, um exame de sangue que detecta o antígeno prostático. Os dois exames tem como intuito complementar o resultado um do outro.
De acordo com a ginecologista, Dra. Tânia Maria de Oliveira, existem doenças benignas que pelo exame de toque se detecta devido ao aumento de tamanho e pode acontecer que no resultado do PSA o antígeno esteja normal. O paciente não vê nem sente diferença nenhuma. A próstata está em uma região inicial da uretra onde não é possível sentir sintomas que indiquem a doença. Quando a próstata aumenta de volume, o homem pode sofrer desconforto para urinar porque a urina tem um obstáculo.
A guia do pedido do exame de toque retal pode ser pego nos postos de Sistemas Básicos de Saúde. Em seguida, o paciente vai até os lugares que possuem urologista vinculado à campanha Novembro Azul. Em Uberaba, os atendimentos e exames são realizados no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM) e no Hospital Doutor Hélio Angotti. Contudo o paciente pode ir direto ao local do exame, sem haver necessidade de pegar a guia.
Já o exame de sangue, PSA, qualquer posto do bairro pode colher, sem deixar realizar o outro exame. “Os homens a partir de 65 deveriam fazer o exame de toque retal. Essa é a faixa etária com maior incidência de câncer de próstata. Não adianta fazer o exame de toque, sem fazer o de sangue e vice e versa. Porque às vezes o volume da próstata é pequeno, mas por ser incial não desenvolveu para ter um volume perceptível. Os dois são aliados e complementares”, explica a doutora.
O resultado do PSA, do antígeno, deve ser de, no máximo, quatro do valor sanguíneo, se está excedendo, independente de ter o volume da próstata aumentado, indica que há a necessidade de fazer biopsia. A biopsia é direcionada pelo ultrassom retal para colher o material. Já se o volume da próstata estiver alterado, porém com o PSA normal pode indicar uma doença benigna. “Aí vai do critério do médico, conversando com o paciente se ele está disposto a fazer a biopsia. Suspeitando de algo benigno ele pode fazer um segmento por três meses, dosar novamente no exame e verificar. Mas, acima de quatro obrigatoriamente, tem a biopsia”, relata a ginecologista Dra. Tânia.
Com a campanha Novembro Azul o número de procura pela realização dos exames aumentam, porém ainda não consegue bater a taxa esperada de procedimentos. Assim que o paciente é diagnosticado com câncer, existem os setores de referência para fazer o tratamento. No caso do câncer de próstata, em Uberaba, o Hospital Doutor Hélio Angotti e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) que tem o setor de câncer genital, fazem o atendimento pelo Sistema Único de Saúde.
Ainda de acordo com a doutora Tânia, são 68.800 novos casos para o ano de 2014 no Brasil. O risco é de 70,42 em cada 100 mil homens. 1 a cada 6 pessoas do sexo masculino podem ter câncer de próstata, sendo 9 a cada 10 casos com chance de cura caso a doença seja diagnosticada precocemente. Os fatores de risco para desenvolverem o câncer são etnia (em homens negros a incidência é duas vezes maior se comparado aos brancos), genética, dieta (rica em gordura animal, cálcio, carne vermelha e embutidos) e obesidade. Alimentação rica em vegetais, vitaminas D e E, licopeno e ômega 3 tem efeito preventivo em relação ao câncer de próstata.